sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Poder de ir e vir?

Eu vou dormir pensando o que tenho pra fazer no dia seguinte. Passo vários minutos do meu dia arquitetando como terei mais minutos livres. Tenho controles, tabelas, agenda. Tudo para dar conta de todas as atividades do dia e ainda ter a sensação de liberdade.

Quando trabalhava em agência, não tinha isso. Era meio "pague para entrar e  reze pra sair", ou talvez "receba para entrar e reze para sair". O dia começava as 9h e nunca, mas nunca mesmo, eu sabia a hora que ele acabaria. Talvez isso tenha me causado essa necessidade de tempo livre, tempo que muitas vezes (muitas mesmo) eu uso pro trabalho, seja pra estudar ou refazer algum planejamento que não tenha ficado do jeito que eu queria. Mas aí eu opto por abrir mão do tempo livre para isso. E isso me dá muita energia.

Controlar meu tempo é o maior poder que eu conquistei. E como todo poder ele tem seu lado negro também. Querer ir almoçar com um amigo na sexta e deixar o trabalho da tarde pro sábado, pode ser ótima ideia na sexta... mas certamente não será no sábado.

Largar tudo para malhar as 16h é pura satisfação! Mas voltar as 21h pro computador não é. Logo, controlar seu tempo pode ser uma armadilha.
Outra grande armadilha do home office é que as pessoas podem julgar que você mora no trabalho.. e de fato mora... E isso pode ser bastante mal interpretado.

Certamente hoje eu produzo igual ou até mais trabalhando em casa e controlando meu tempo. Afinal, convenhamos tinha muito cafezinho ocioso e reunião desnecessária. Fora o deslocamento da ida, hora de almoço (que eu raramente tiro), deslocamento da volta.  Consigo ter mais tempo livre mas tenho que ficar atenta todo tempo as armadilhas e saber "encerrar o expediente".

Se você está esperando uma conclusão para este texto e uma dica infalível. Esqueça..rsrss. Eu ainda não tenho a fórmula e sinceramente acredito que isso varia de pessoa pra pessoa.
O que importa é saber separar. O ambiente pode ser o mesmo mas sua casa é sua casa. Seu trabalho é seu trabalho. Falando nisso... Deixa eu ir.

Fui!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Não, não é óbvio que a vida é rápida

Nas duas últimas semanas convivi muito com a morte. Por mais que eu acredite que em certos momentos todos nós precisamos de recomeços e quem tem muito além disso aqui... é morte. E morte de gente jovem, gente como a gente, mexe muito.

Dois amigos,  publicitários, que perderam a luta contra o câncer.
Trabalhei com cada um deles em momentos bem diferentes da minha vida e apesar de ser a mesma agência, estavam em cidades diferentes, é possível que eles nunca tenham sido apresentados.

Em comum, além de grande lutadores, que enfrentaram muitas outras lutas antes desta,  tinham uma linda família, eram pessoas daquelas que todo mundo gosta e tinham sempre calma e tranquilidade que só os que tem bom humor como seu amigo, pode ter.

Quando soube da doença de ambos, me retrai. Não convivia há tempos com nenhum dos dois. Mas tive muita vontade de ir mais longe do que mensagens virtuais... mas não fui. E tinha a sensação que me arrependeria. Me arrependi. E somo isso a lista de lições que aprendi com a luta destes dois. Algumas delas:

- Sim, o ser humano é solidário. Sim, somos parceiros e otimistas. Somos sensíveis e AMIGOS no melhor teor da palavra.
-Não é possível se colocar no lugar de quem passa por isso. Por mais que se tente.
- Não é óbvio que a vida é rápida. Ainda não aprendi isso.
- O mundo mundo continua a rodar, mesmo quando alguns saltam dele.

E a última lição, talvez a mais importante de todas que me "ocorreu" no dia que soube de uma das perdas:

- Estar irritada por problemas de trabalho, com criança chamando e ainda assim ter que parar para fazer um macarrão de almoço  é MARAVILHOSO. Muita gente gostaria de estar fazendo isso e não pode.


Por fim deixo meus sentimentos e melhores energias as famílias que tem o IMENSO desafio de se reinventarem. E torço que a alegria destes dois queridos paire para sempre nestes lares.

E vamos em frente.