terça-feira, 20 de setembro de 2016

Novos Passos

Esta semana, as coisas literalmente mudamos de lado aqui em casa. O que já estava em andamento para mim, agora  tomou forma para ele e hoje eu e meu marido somos oficialmente empreendedores.

Apesar de ser a palavra da moda, empreender exige bem mais do que coragem. Exige disciplina! Sim, disciplina e não aquele "bunda lê lê" de horários que todo mundo, inclusive eu, imaginava quando sonhava em não ter mais chefe. Ter rotina onde você é o seu cartão de ponto, não é fácil e digo mais: não é pra todo mundo!

No meu caso tomei a decisão de investir em um trabalho home office onde, mesmo com uma renda menor, eu consiga ter mais tempo para família. Mas isso não quer dizer que eu vá passar o dia brincando com minha filha. Significa somente que consigo levá-la a escola ou acompanhá-la na natação. Coisa que a maioria das mães que trabalha fora não consegue.

Hoje mesmo já acordei, tomei café, dei leite pra minha filha, respondi e-mails, cuidei da casa e agora estou aqui. Daqui a pouco saio para levar minha filha na escola e volto para o trabalho. Tenho um status detalhado de tudo que preciso fazer no dia, isso inclui tarefas pessoais e particulares.

Mas o início é muito impactante para a maioria das pessoas. Semana passada reencontrei uma antiga amiga de trabalho que pela primeira vez na vida não tem emprego fixo. Palavras dela :"-Acordar e não ter um lugar pra ir é muito estranho".

Outra coisa muito estranha, para não dizer chata, é a ideia que as pessoas tem que quem trabalha em casa, não trabalha...afinal, está em casa. Se você decidir fazer home office, um conselho: se acostume com isso. Não adianta lutar contra. Sim, vão achar que você não faz nada, mesmo que faça muito mais do que quando tinha holerite.

Se o mundo caminha para o empreendedorismo, já demos nosso passo. A barriga continua fria e certamente só esquentará quando o bolso também esquentar. Mas a sensação é única, é incomparável.



segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Igual ao Diferente

Que a superação dos atletas paralímpicos emociona até os mais durões, isso já sabemos. Não tem como participar de um evento destes sem parar para pensar na quantidade de idiotice que nós reclamamos todos os dias, não é? Faz pensar por exemplo na minha time line do Facebook com aqueles críticos de plantão. Vontade de mandar um convitinho para assistir o Daniel Dias sorrindo e ganhando suas medalhas com o suor da suas limitações.

Minha filha, perto dos 5 anos não conseguiu entender muito bem o problema da diferença. Comentamos que os atletas especiais possuem algumas limitações e que o grande barato das  Paralimpíadas é a superação, apesar da limitação. Ela nos olhou com cara de "Ah tá" e percebi que não havia entendido.

Fiquei pensando sobre isso. E só depois de me desligar do meu preconceito, percebi.  Ela entendeu que os atletas são especiais. Ela só não entendeu qual o problema disso. Pois não há problema onde não há diferença. E no seu olhar de criança o diferente é igual ao igual.

E mais uma vez me pergunto: quem ensina quem aqui?
A resposta é óbvia.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

LAVANDO ROUPA íntima SUJA

Em um mundo que precisamos nos encaixar o tempo todo em rótulos, eu sou obrigada a me descrever como feminista. Isso não significa que eu seja ativista ou radical.

Me considero feminista pois acredito em igualdade de direitos e deveres. Acredito que tudo que um possa ser o outro também pode. E já que a biologia nos premiou como o ser que gera um filho, precisamos sim de ter direitos relacionados a mais essa função, que não nos prejudique nas demais funções da vida que a mulher deseja seguir.

Apesar disso, acredito que ainda temos muitos preconceitos velados em relação a isso tudo.  Eu mesma me pego muitas vezes julgando. Fruto das gerações anteriores, da nossa criação, que apesar de muito mais "cabeça aberta" ainda se impressiona quando o marido fica em casa cuidando dos filhos. Ou "ajudando", seria o termo mais usado.

Então hoje, tomando meu banho e como sempre faço, lavo minha calcinha. Minha mãe me ensinou e desde pequena tenho esse hábito. Minhas amigas também, minha mãe, tia, minha avó fazia isso. Por algum motivo, que desconheço, somos ensinadas a lavar nossas calcinhas no banho. E por outro motivo que desconheço mais ainda, os meninos NUNCA lavam suas cuecas no banho. 

Não sei porque. O princípio é o mesmo: é uma peça íntima, cabe ao dono cuidar. Então porque a calcinha é mais íntima que a cueca? 

Você pode até me dizer que é cultural. Sim, é. Mas porque? 
Então pergunto aqui `as minhas amigas mães de menino: você ensinam seus filhos a lavar a cueca no banho? Que tal começar? 

Direitos iguais, princípios iguais. Vem de casa. Um cueca pode ajudar. Não acha?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Apesar de tudo é só uma mulher.

Decidi não fazer parte das discussões políticas. Tenho minha opinião e deixo ela pra amigos e familiares. Pode achar que sou política, ache. Não vem ao caso.

Independente do que eu pense sobre o momento político, existe uma coisa que me incomoda: a mulher Dilma. Sim, eu penso nela como pessoa, seja boa ou ruim, eu imagino tão difícil seja passar por isso. Merecendo ou não. Penso na filha dela, na neta, nos amigos.

Você pode até dizer que existem coisas mais dolorosas para se passar. Eu acredito que exista. Perder um filho, uma doença grave. Enfim, de provações esse mundo está repleto. Mas minha idéia não é comparar desafios, nem levantar merecimentos. Só quero levantar a idéia que existe alguém (de novo, merecedor ou não) que está passando por algo que não imagino o peso.

Dilma já foi torturada por defender o que acreditava. Não se rendeu a simpatia para vencer uma eleição, acreditando novamente no que fazia ou em quem a apoiava. Não se rendeu nem mesmo a tranquilidade da renúncia, de novo em prol do que acreditava ou precisava fazer acreditar. E mesmo que seja merecedora de toda a energia negativa de um pais sobre ela, ela merece meu respeito pela garra que manteve até o fim.

Mesmo que o caminho possa ter sido errado, corrupto, desumano.  De novo, não cabe esse julgamento nesse texto. O que importa pra mim agora é que ela teve garra. E tem o meu respeito sim.