terça-feira, 27 de maio de 2008

DEVAGAR E SEMPRE



Voltando ao assunto mais em pauta em todas as atuais rodas de cariocas que moram em São Paulo: o que é morar em São Paulo? Pra começar, você precisa chegar em São Paulo, certo? E isso garanto, já vale uma boa história.

Você pode escolher viajar de carro em uma rodovia bem sinalizada e aparentemente sem trânsito (experimente fazer o sentido oposto SP-RJ, especialmente no verão, que esta afirmação vai por água abaixo). No caminho, você ainda observa a fé em forma de catedral, na cidade de Aparecida e pode desfrutar de um razoável pão de queijo em um dos inúmeros postos Graal (aliás, até hoje eu não sei se é verdade que estes postos são do Gugu Liberato). Com uma boa música e de preferência, com uma boa companhia, a viagem vai muito bem.

Ir de ônibus também é uma opção. Há quem prefira e até defenda os super leitos, onde você adormece no Rio e acorda diante da Marginal Tietê. Especialmente nesta categoria, tenho muito a dizer. Pra começar, particularmente, eu odeio a Rodoviária Novo Rio. Não existe lugar mais feio e tão pouco amistoso. Além de ser superlotada e mal sinalizada tem a pior espécie de taxista de todo o Rio de Janeiro.
Segundo, você dorme na viagem se e somente se não der o azar de sentar entre dois dinossauros que roncam em último volume. É ... é trauma sim!
Em nossa última viagem de ônibus leito do Rio para São Paulo, domingo à meia noite, nos deparamos com esta situação. Era uma orquestra que nos rodeava. Confesso que em vários momentos entendi os crimes passionais, pois cheguei a apontar várias vezes meu pé para dar um chute na cabeça do roncador “chefe”.
Atrás de mim havia o roncador auxiliar que estava sentado ao lado de uma japonesinha, que tenho certeza, usou toda a sua arte milenar para não dar uma série de golpes de karatê no seu vizinho.
Voltamos direto pro trabalho, sem dormir, mas com a certeza de que pelo menos dois passageiros tiveram bons sonhos.

Outra opção, nem sempre mais rápida, é buscar as sensacionais promoções das nossas três queridas companhias áreas – Varig, Gol e TAM. Se der sorte, você consegue passagens aéreas a preço de rodoviárias.
Claro que não é só de barrinha de cereal que vive um passageiro aéreo. Ainda existem os atrasos, as filas e a falta de previsão de basicamente tudo. E em tempos pós caos aéreo, atrasos de até 30 minutos contam como pontuais.
Foi contando com os habituais atrasos, que eu e Rod fomos tomar um choppinho (baratinho como tudo em Congonhas... coisa de R$ 6.00 cada) no bar do aeroporto. Tomamos um, depois outro e fomos calmamente para sala de embarque e aí, surpresa! Embarque imediato! Mas imediato mesmo. Tão imediato que os ônibus que levavam ao avião da Gol já haviam ido. Depois de todo o corre-corre no saguão, vai até o portão 10 desce pro 19, etc., descobrimos que todos já haviam embarcado e formos de van pro avião.
Apesar da alegria de embarcar no horário, a cara feia dos demais passageiros ao nos receber é totalmente dispensável. Recomendo ir com calma no choppinho, pois, milagres acontecem e seu vôo pode sair no horário numa sexta-feira à noite.

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